
Cepae recebe grupo Fulni-ô
Evento
https://www.ufg.br/e/23043-cepae-recebe-grupo-da-etnia-fulni-o: Núcleo Takinahaky - Câmpus Samambaia
: 13 de Abril 2019 às 09:00
Em comemoração ao Dia do Índio, o Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (CEPAE) receberá um grupo de guerreiros da Etnia Fulni-ô, de Pernambuco, liderados pelo cacique Fitxyá, para apresentação de sua cultura e suas tradições, danças, artesanatos, pinturas, entre outras atividades. O local das atividades será o Núcleo de Educação Intercultural Takinahaky, onde é realizado o curso de licenciatura intercultural indígena da UFG. A atividade ocorre no próximo sábado (13/04), entre 9h e 12h.
O povo Fulni-ô habita o município de Águas Belas, Pernambuco, próximo ao rio Ipanema, numa região conhecida como Polígono da Seca Nordestina. Com séculos de contato com a sociedade não indígena, a etnia apresenta uma difícil história: o espaço que compreende a Aldeia Fulni-ô é um dos territórios indígenas brasileiros reconhecidos como área indígena pela coroa portuguesa já em 1700, mas que continua a ser palco de conflitos territoriais. De acordo com historiadores e depoimentos de anciões, o reconhecimento do terreno aconteceu após a participação deste povo na guerra do Paraguai. Segundo eles, a coroa cedeu na época 11 mil hectares a eles em agradecimento ao seu protagonismo na citada guerra.
Em 2003, o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou 48 mil habitantes em Águas Bellas, sendo que apenas 6 mil se reconheciam como indígenas. Isso porque com o tempo, não indígenas passaram a povoar a região. Além deste cenário de apropriação do território indígena por parte de não indígenas, a etnia vive hoje uma seca que já atravessa seu oitavo ano e que é responsável pela destruição quase que por completa da agricultura de subsistência, o que força a comunidade a buscar outras formas para se sustentar. Dentre as principais, está o circuito de viagens dos homens da etnia para a venda de artesanato e a realização de apresentações culturais. Exímios artesãos, os Fulni-ô tem como principal ação de geração de renda a comercialização de seus artesanatos. Este povo viaja o Brasil nos meses que antecedem o Ritual do Ouricuri (abril, maio, junho e julho) para garantir às suas famílias sustento.